segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Movie Review: Elysium

Elysium (written and directed by Neil Blomkamp) is a political movie dressed up as sci-fi. It brings us to the year 2154, when the wealthy portion of human kind has moved to an artificial satellite called Elysium. Over there every sickness can be easily healed, the air is clean, there is security, comfort and pleasure. On the other hand, the rest of the entire human population lives on a desolated version of Earth which sadly resembles the so called 3rd world countries. Down here, on Earth, people live in slum-like buildings, work at dangerous production lines to mass-produce goods to be used by the rich portion of the population and have no access to health or education. Just like the world we live in.


Presenting this social scenario using a realistic production design (just like District 9, Blomkamp's previous work), Elysium is a visceral fable about social segregation. Even though some of the fight sequences look too messy and even boring, failing to present the audience with something we have never seen before, Elysium’s production design gets a few points for presenting us a future which looks chaotically and disturbingly like the present. Differently than the amazing Oblivion or the disposable After Earth, two other movies that showed us different versions of destroyed Earths, Elysium’s version of the future looks somewhat less "plastic" and more "rusty", and that is a clever touch. The future does not only look like the present, it is the present.

Once you get to notice this resemblance, you just have to be a little familiar with what happens in our world to start connecting the dots. When a group of illegal immigrants try to force their way into Elysium, for example, it is impossible to avoid thinking about the 10 million (probably more) undocumented immigrants living in United States nowadays, not to mention every single individual who tries to cross the country’s borders with Mexico every day. Actually, the screenplay itself gives us those references ready to swallow – the immigrants even speak Spanish. Maybe that is why two Latin American actors (the Brazilian Wagner Abreu and Alice Braga – whose native language, ironically, is Portuguese, not Spanish) were chosen to star the movie side by side with Matt Damon. Together, their characters will attempt to change society’s status quo, opening the doors of Elysium to everyone on Earth.

And then the movie ends – with the predictable sacrifice and even a flashback montage. But what would happen next, we might ask? As an anti-capitalist revolutionary tale, Elysium’s plot may look exciting while promising to the poor community on Earth tickets to a Heaven where everyone would be considered a legal citizen, but what would happen after billions of people had gotten access to the same resources that only the wealthy once possessed? At this point, we come to the same dead end in which we find ourselves in the real world. (G.P.)

domingo, 11 de agosto de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 10

10th day, but not in a roll...
"In a certain way, Fuyumi was jealous about the abscence of intentions, goals, protocols to fulfill, passions and quandaries in the existence of a cherry flower. Everything would be simpler if people were as pink flowers falling from a tree after the winter, allowing themselves to be led by the breeze and nothing else."(G.P.)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 9

So you get older, and you start understanding more and more your elders, either what they say and what they don't. And then you start realizing that time goes by, and you better cherish the sand in the hourglass.  (G.P.)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 8

Everything was alright in Paradise until Eve listened to the Snake and took a bite of the Forbidden Fruit. It could be an apple, but it could be anything as well. And it gave her knowledge; suddenly she was aware of their nudity. But weren't they nude the whole time before? It turns out, after all, that sins don't happen without knowledge. (G.P.)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 6

So I skipped two days...

When the doors were all locked, when he was totally alone, when no one could see him, that was the moment he felt totally and truly free. Isn't it ironic for a man to feel free exactly when the doors are closed behind him? (G.P.)

sábado, 3 de agosto de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 5

Somewhere out there, a prayer flag is always blowing in the harsh wind. It doesn't matter how far you are; if you keep silent for enough time, you will start hearing it again. (G.P.)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 4

The road lights printing purple trails on my eyes, painting alien landscapes among the darkness, while life goes by on the road – loneliness & companionship, love & hate, wanderlust & the will to settle down. Past & future on the road. (G.P.)

quarta-feira, 31 de julho de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 3

Who are you? That face you show to people... Is that your real self or is that a mask? Under that mask... Is that you, or maybe another mask under a mask? After all, once you remove every layer of masks, what is left? Does that little and fragile creature under the tons of masks you wear represent what you really are? And the most important question: can that naked creature survive in the real world without any mask? (G.P.)

terça-feira, 30 de julho de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 2

"Following the song." There was a time I used to say that a lot. Good ol' days with a good old friend... To follow the song is the same as letting the stream take you wherever it must. The opposite of that is to think about things and make reasonable decisions, which may be good and may be bad. The risk, of course, is to overthink. If you are likely to overthink everything, then you should think about following the song once in a while. But if you think about don't thinking too much, aren't you thinking already? (G.P.)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

1 pic & 1 paragraph per day - Day 1

As every man has light and shadow dwelling within his core, we all have paths covered by light and shadow before us. Although it's desirable to walk under sunlight, there will be certain paths which will require the wanderer to go through gloom and shade. (G.P.)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sobre o Brasil em 20 de junho de 2013


Eu sou um jornalista. Para os jornalistas, as coisas precisam ser registradas, descritas, narradas, dispostas numa ordem compreensível, com um título que resuma o que está acontecendo. As pessoas precisam entender. Por enquanto, é impossível fazer tudo isso, pois a onda de protestos que ocorrem no Brasil ainda não tem nome. Por enquanto, ainda é impossível dizer se tudo isso é parte de algo maior. Não há, afinal, líderes oficiais ou um discurso que una a todos.

Há o povo. A parte bela do povo. E a parte feia também.

A parte feia quebra coisas. A democracia em si, meus caros, é um conceito belo. Não significa, necessariamente, que o povo está no poder, mas que o poder emana do povo. Democracia não é fazer o que você quer, nem deixar os outros fazerem o que eles quiserem. Defender uma ideia é uma coisa maravilhosa; quebrar bens públicos (e privados) é crime. Invariavelmente, alguém terá de pagar por esses danos – certamente o contribuinte, eu e você, e muito provavelmente aqueles que estão quebrando também. Democracia não é quebrar coisas. Não é queimar ônibus. Não é pichar muros. Democracia não é ir contra a polícia. As pessoas precisam saber que existe diferença entre uma coisa e outra.

Já a parte bela se une sob diversas bandeiras – ou nenhuma – e por diversas causas. Algumas, utópicas. A maioria delas, porém, legítima: menores taxas para o transporte público, menos corrupção, impostos empregados mais eficientemente, menos estádios e mais saúde, educação, segurança.

A imagem que fica, no fim das contas, é a de jovens nas ruas, aos milhares. Um flashback, alguns poderiam dizer. Até então, esse tipo de coisa era um tipo de mitologia advinda de uma época em que era proibido protestar, um tempo de nossos pais e avôs que inspirou uma leva de artistas melancólicos.

Quase três décadas depois, novos jovens saem às mesmas ruas. Contudo, nesse caos de máscaras de Guys Fawkes, hinos nacionais entoados em diversos ritmos e rostos pintados de verde e amarelo parece haver alguma lógica interna.

Lógica essa, diga-se de passagem, ainda incompreendida pelos próprios manifestantes. O que é muito natural. Afinal, essa foi provavelmente a primeira vez que a minha geração se levantou. Que o faça, então, com nada menos que absoluta responsabilidade.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Por que Darwin incomoda tanto?


Ao contemplar a multiplicidade de formas de vida existentes no planeta Terra, é impossível não reparar no grau de adaptabilidade que algumas espécies demonstram em relação ao ambiente em que vivem. Você olha para mariposas cujas asas exibem padrões semelhantes a olhos de pássaros, perfeitas para espantar predadores; depois para insetos e outros animais cujo grau de mimetismo é tão alto que se torna impossível diferenciá-los de detalhes da paisagem, como lagartas e besouros com apêndices em formatos de folhas, por exemplo. Há também os morcegos, que possuem um refinado sistema de sonar para se orientar por ecolocalização durante o voo, e animais bioluminescentes que habitam os abismos do oceano, e por aí vai. A lista é tão extensa que chega um momento em que flertar com a ideia de um design inteligente para a vida na Terra parece tentadora, quase lógica. Afinal, como cada uma dessas especificidades poderia surgir espontaneamente se não houvesse alguém ou alguma coisa guiando o processo? É esta, basicamente, a ideia básica do Criacionismo: quem ou o quê, senão uma inteligência superior, poderia ter criado tudo isso?

Para responder a essa pergunta, o naturalista inglês Charles Darwin propôs uma alternativa um tanto mais incômoda. O que ele disse foi que indivíduos, animais ou vegetais, sofrem mutações genéticas aleatórias – e note que aleatoriedade é a palavra-chave aqui. Uma vez que são aleatórias, essas mutações espontâneas podem ser benéficas ou maléficas. Algumas delas, por sorte, tornam os indivíduos mais adaptados ao ambiente e aqueles que estão mais adaptados têm mais propensão a sobreviver, passando as mutações para as próximas gerações. Os indivíduos que sofrem mutações prejudiciais, inúteis ou simplesmente menos úteis tendem a perecer e não as passam adiante. Para ilustrar esse conceito, vamos imaginar uma espécie de pássaro que tivesse um bico curto e, gradativamente, ao longo das gerações, tenha ganhado um bico comprido, que lhe possibilitou começar a comer larvas escondidas em buracos pequenos em troncos de árvores. Num ambiente em que houvesse larvas em excesso em todos os lugares, essa não seria uma adaptação essencial. Assim, nesse ambiente, poderia haver diversos tipos de pássaros com diversos formatos de bicos. Mas digamos que o ambiente tenha mudado e, de repente, as larvas se tornaram escassas, à exceção daquelas escondidas nos troncos. Nesse caso, os pássaros de bicos curtos morreriam e aqueles de bicos compridos sobreviveriam em maior quantidade. Uma vez que o ambiente seleciona os pássaros de bico comprido, esses formatos de bicos tendem a aumentar e os bicos pequenos desaparecem.

Ao analisarmos, hipoteticamente, os registros fósseis dessa espécie de pássaro do exemplo anterior, poderia dar a impressão de que os bicos foram aumentando propositalmente ao longo do tempo, mas devemos nos lembrar sempre de que as mutações, para a teoria Darwinista, são aleatórias – ou seja, mutações de pássaros com bicos pequenos provavelmente continuaram a acontecer ocasionalmente, mas esses indivíduos não estavam aptos a sobreviver num ambiente que privilegiava os bicos grandes. Podemos voltar agora aos exemplos iniciais que abriram este artigo: a mariposa com imagens de olhos de coruja nas asas e os insetos com apêndices em formatos de folhas. Nesses casos, é plausível supor que, devido a mutações, surgiram no processo evolutivo desses animais diversos tipos de desenhos nas asas e diversos formatos de apêndices diferentes; alguns poderiam ser coloridos, chamando a atenção de predadores, e outros poderiam até mesmo fazer mal aos próprios indivíduos. Eis então que, por acaso e nada mais, surgiu um desenho que – por coincidência – era semelhante aos olhos de uma coruja, ou então um apêndice que – também por coincidência – era semelhante a uma folha. Esse indivíduos, estando mais aptos a afastar predadores ou a se esconder no ambiente em que viviam, tenderam a sobreviver e passar adiante seus genes. Ao analisarmos o desenho dos olhos de uma coruja nas asas de uma mariposa, pode-se ter a impressão de que a evolução das espécies é um processo lógico e inteligente (como se a mariposa quisesse ter evoluído para espantar os predadores), mas, para Darwin, ele não é. Trata-se de um processo aleatório, gerado por probabilidades matemáticas. Para cada sucesso, houve milhões de falhas; para cada mariposa com padrões úteis nas asas, houve milhões de mariposas com padrões inúteis. O que vai determinar o que é sucesso e o que é falha é a seleção natural.

Outro ponto importante nesses exemplos anteriores é o fato de esses indivíduos não terem feito nada para ganhar essas adaptações. Na verdade – e é por isso, também, que o Darwinismo incomoda –, eles simplesmente tiveram sorte. A ação individual simplesmente não importa para a evolução hereditária, a não ser que elas tenham capacidade de alterar a configuração dos genes de um indivíduo. Assim, os animais não estão se especializando, eles estão apenas mais especializados. A diferença das duas concepções é que não há uma ação intencionalmente progressiva na segunda. Essas mutações acontecem por acaso. Apenas por acaso! A especialização de uma espécie não é um processo dirigido (nem por uma força divina e nem pela própria ação individual), mas uma questão de sorte, uma loteria genética. Um homem que vá todos os dias à academia, por exemplo, poderá se tornar musculoso, mas ele não passará essa característica adiante, pois não houve alterações genéticas.

Para ilustrar o conceito do parágrafo anterior, há o clássico exemplo da girafa: por que as girafas têm pescoço comprido? Procurando formular uma explicação, o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck, anterior a Darwin, argumentou que em algum momento no passado evolutivo, uma girafa de pescoço curto esticou o pescoço para alcançar uma folha mais alta. Ao utilizar mais o pescoço, essa girafa hipotética fez com que seu descendente direto nascesse com o pescoço um pouquinho mais longo e esse descendente, ao esticar o pescoço novamente, deu origem a uma reação em cadeia que, gerações depois, fez com que a girafa tivesse um pescoço longo. Essa é a hipótese do uso e desuso da teoria de Lamarck (refutada pela genética), que considerava como fator motivador da evolução a ação individual. Para os criacionistas, a explicação é simples: uma força divina fez a girafa com o pescoço comprido, e ponto final. A explicação de Darwin para o mesmo fenômeno, por sua vez, provavelmente seria baseada num cenário em que houvesse várias girafas com diversos comprimentos de pescoço. Por um tempo, isso não teria importado, até que as folhas rasteiras começassem a faltar e apenas as girafas de pescoço comprido conseguissem se alimentar. Assim, os pescoços curtos sumiriam, não porque as girafas os esticaram propositalmente, mas porque um outro indivíduo que – por sorte – nasceu com o pescoço comprido sobreviveu e transmitiu a seus descendentes o gene específico. Num longo prazo, ao observarmos os registros fósseis de diversos tipos de girafas com diferentes tamanhos de pescoço, veremos que houve uma evolução de um pescoço menor a um pescoço maior, e colocando uma ao lado da outra, numa linearidade progressiva, nós perceberemos uma evolução, mas sem considerar as inúmeras girafas de pescoços curtos e médios que surgiram e morreram no caminho. Só os vencedores fazem a História.


Sintetizando a teoria Darwinista, portanto, temos num primeiro momento a mutação (uma mudança genética aleatória), depois a seleção natural (processo pelo qual as espécies melhor adaptadas em relação ao ambiente sobrevivem enquanto outras morrem) e só no final pode ser constatada a evolução, quando são descartados os ramos de descendentes inaptos. Na perspectiva Darwinista, a evolução é uma constatação tardia, apesar de estar sempre acontecendo, sem parar. Por não compreenderem esse conceito, alguns críticos a Darwin lançam a pergunta “Se a evolução está constantemente acontecendo, por que nós não a vemos em tempo real?” Esse é um engano comum, pois estamos acostumados a pensar na evolução como um acerto constante, como aquela velha imagem de um primata andando sobre quatro patas, depois erguendo-se gradualmente para andar sobre duas pernas e se transformar no homem, mas aquela não é a família toda. Na árvore genealógica humana, há outras espécies de hominídeos que não estão representadas na imagem, que se perderam ao longo das eras. O fato é que podemos, sim, ver as mutações aleatórias que surgem em alguns indivíduos, mas é o ambiente que vai determinar ao longo do tempo quais dessas mutações serão úteis. À linha que une cada uma dessa série de mutações úteis nós damos o nome de evolução, mas essa é uma análise que precisamos fazer com uma perspectiva temporal. Nós podemos ver o processo de evolução acontecendo através de cada mutação isolada, mas ele não está completo sem a seleção natural de um ambiente e a evolução em si só pode ser constatada por uma análise ampla num grande período de tempo.

 
Na primeira imagem, vê-se apenas a evolução em si, ou seja,
o trajeto das espécies mais aptasNa segunda, vê-se as mutações
menos aptas, que desapareceram no meio do caminho.


Os fósseis são registros que nos fornecem essa perspectiva de tempo. Apesar de não termos acesso a todas as variações de fósseis de uma espécie, uma vez que são necessárias condições muito específicas para que um fóssil seja conservado, é possível encadeá-los numa linha do tempo e, em alguns casos, é possível até mesmo ligar à árvore genealógica os ramos de uma espécie que sofreram alguma mutação, chegaram até um determinado ponto em que foram selecionados pelo ambiente e, a partir dali, pereceram. O próprio homem, por exemplo, ao evoluir do Homo heidelbergensis, gerou duas variações: o Homo neanderthalensis (o homem de Neandertal) e o Homo sapiens (quem nós somos hoje). Essas duas espécies coexistiram durante milênios, até que nós prosperamos e o homem de Neandertal desapareceu. Por que uma das espécies humanas desapareceu e a outra sobreviveu? Não se sabe, mas, por algum motivo, nós estávamos mais aptos como espécie. Poderíamos não ser necessariamente mais fortes, mas tínhamos alguma vantagem; num determinado ambiente, éramos mais especializados. Um dia, podemos não ser e, então, morreremos como as milhões de outras espécies que já morreram no passado. Se aconteceu com eles, pode acontecer conosco.

Por que, então, Darwin incomoda tanto? Primeiro porque, ao estabelecer a árvore genealógica da espécie humana, ele nos coloca no mesmo patamar que outras espécies. Tudo o que nos separa de outros animais é uma linha num diagrama. Nada mais. Enquanto o pensamento religioso diz que o homem está no centro da criação, criado à imagem e semelhança de Deus, o Darwinismo nos coloca em posição de igualdade a outras espécies, o que é o mesmo que dizer que não somos especiais. Não parece uma ideia confortável. E mais: atribuindo isso à aleatoriedade, Darwin faz com que o homem se sinta desamparado. Afinal, a lógica é clara: se a evolução é um processo aleatório, não deve haver ninguém nem nada (lê-se Deus) cuidando da criação ou dirigindo o processo; as mutações simplesmente acontecem e, dadas as características do ambiente em que as espécies estão inseridas, prosperam os mais aptos. Ninguém está guiando nosso caminho como espécie, diz o pensamento Darwinista, nós estamos sozinhos. Mesmo que ainda hoje ninguém seja capaz de negar a teoria Darwinista, quem é que gosta de se sentir assim tão só, no fim das contas? (G.P.)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

About translations, crosschecking and national anthems


The other day I was talking about translation, and I didn’t mention what is, in my opinion, the true beauty of translating things: the possibility of crosschecking meanings. When you are translating, you understand things better, ‘cause you have to dig deeper into the meaning to better explain an idea. That’s something you may not need to do very often when you are using only one language, especially if that’s your native one.

A good example of that situation is a national anthem. Here’s my point: I am Brazilian, and, as a Brazilian person, I’m used to listen to my national anthem since I was a little boy. It’s stuck to my brain in some kind of subconscious level, so I don’t have to think about it that deeply, ‘cause the lyrics usually pop up in my mind as I sing along; as a Brazilian, I don’t have to actually process the words. And I imagine it’s the same with other people when it comes to their own national anthems. But once you are translating it, you do have to think about them and crosscheck the meaning in Portuguese and in the other language – English, in this case. Sometimes you don’t even need to think about the word itself, but about its inner meaning, the true abstract concept behind the letters and the grammar. And then, as you go deeper, you understand it more.

Oh, and since I mentioned the Brazilian anthem, here’s its English version as I translate it. (And I do think it’s one of the most beautiful anthems, since it talks about love and peace – things that other anthems don’t always care about. But that, as everything else, is my opinion, and that’s a topic to de discussed another time.) Here we go!

Brazilian National Anthem
(Original lyrics by Joaquim Osório Duque Estrada)

The calm riverbanks of the Ipiranga river
heard the blaring yell of heroic people,
and the sun of freedom, with shining light beams,
has shone in the homeland’s sky at that moment.

If this equality pledge
we were able to conquer with strong arms,
oh, freedom, in your chest,
you defy our chest to death!

Oh, beloved homeland,
idolized homeland,
hail, hail!

Brazil, an intense dream, a powerful gleam
of love and hope comes down to earth,
if in your beautiful, smiling and clear sky
the image of the Cross glows.

Giant by nature,
You are beautiful, strong, a brave colossus,
And thy future mirrors this greatness.

Beloved homeland,
among other thousand,
it is you, Brazil,
oh, beloved homeland,
to the sons of this land you are a gentle mother,
beloved homeland,
Brazil!

Eternally laying down on a magnificent crib,
among the sound of the sea and under the light of deep sky,
you shine, oh Brazil, America’s jewel,
enlightened by the light of the New World.

In comparison to the most elegant land,
your smiling beautiful fields have more flowers,
“Our woods have more life,”
“Our life,” within your chest, “has more love.”

Oh, beloved homeland,
idolized homeland,
hail, hail!

Brazil, may the starry flag you show
be a symbol of eternal love,
and may the green-laurel of this flag say:
“Peace in the future and glory in the past.”

But, if you raise the mace of justice,
you will see that thy sons do not flee from a fight
nor fears their own death the ones who adore you.

Beloved homeland,
among other thousand,
it is you, Brazil,
oh, beloved homeland!
to the sons of this land you are a gentle mother,
beloved homeland,
Brazil!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

About things that are lost in translation and the quest for ya la suo

I’ve been studying Chinese for a while now, and I truly have a relationship of love and hate with it. I hate when I cannot pronounce perfectly the tone of a simple syllable, but I do love the knowledge it brings. I believe the study of different languages can give one new perspectives about the world that surround us, ‘cause, in many aspects, languages sum up the spirit of the people who created it throughout the centuries. People shape the language, but languages also shape people. And that’s the problem of translating stuff. Sometimes you cannot just translate a single word directly, ‘cause in the context of a particular language it has different layers of meaning that are likely to be lost during translations. People who work with translations or are used to translate things know that very well.

Words are not natural things. They don’t grow in trees or pop up from the ground, they are created and shaped to express things people feel. They are like tools. Or like paintings. And when you study more than one language, you start to realize that different people in different ages and locations across the planet sometimes developed similar ways to express their feeling. The grammar may differ a lot, and also the structure of the language and so on, but sometimes the way isolated words relate to each other are curiously similar. Sometimes, however, they have nothing to do with each other and can’t even be translated. The point is that once they are created and accepted by people, they become something that stands alone. And, as I said, they do carry a handful of meanings. So we come to my story…

A few months ago I started a personal quest to understand the meaning of the expression ya la suo (呀啦索). I heard it for the first time in the lyrics of a Chinese song about Tibet, and I could not understand it nor find a direct translation, once it’s not in Mandarin, but in the Tibetan language. I don’t know why it called my attention so much, but it surely did. So I started an unpretentious research on that, and, to be honest, I didn’t find many useful things – at least not in English or Portuguese. But I did gather a short amount of information, so I could start talking to Chinese people about it. I asked them when would it be used, and how would they describe the meaning, and they could not explain it to me perfectly, ‘cause it’s not something they use in a daily basis. So I started picking puzzle pieces… I heard that people say ya la suo to express the magnitude of something, like when something is too beautiful – a landscape, for example, as I was told by some Chinese friends. I also read an article that described someone saying ya la suo in the middle of a sentence, like some kind of mantra used to reinforce a statement. And then I talked to someone else, and this person told me that it doesn’t have any particular meaning (“just a way of expression to call for the spirit, just ahhh”, as she said). Somehow, I could feel all of them were right, but there was something missing.

Well, by now, my best guess is that ya la suo means something like “Everything is alright”. It’s more like a sigh, and I think it may have Buddhist roots. I say that because I’ve been reading about Tibetan Buddhism for a while, and, considering Buddhist beliefs that everything is ephemeral and one should not get attached to happiness or suffering (once they will all vanish eventually), it’s reasonable to think that everything is always alright, ‘cause every little thing will go away. If you are used to accept whatever life gives you, you are likely to believe that everything is always ok. That’s beautiful, and ya la suo makes sense in that perspective. But I may be totally wrong, who knows? My point here is that not everything  is easy to translate; sometimes some words or expressions are quite hard, and they can give you a lot of trouble to unveil what they represent. But, after all, if you dig them deep enough, you may find more than what you were looking for. (G.P.)