segunda-feira, 19 de julho de 2010

About the World Expo and the China of today

In 2008, China invested something around US$40 billion in the Beijing Olympic Games. The result: an amazing spectacle that worked as a showcase of the new China to the Western world; China literally showed itself to the world. Two years later, it’s the world that shows itself to China. The 2010 edition of the World Expo (a global event held in London for the first time in 1851 under the title World’s Fair) is being held in Shanghai, and will continue until October 31. This time, the investment is US$45 billion.

Walk around the Bird's Nest
Chinese girls walk around the National Stadium in Beijing



Commemorative song produced for the 100 days countdown to the Beijing Olympic Games (2008)

World Expo 2010
Visitors around the Chinese national pavillion, in the World Expo 2010

World Expo 2010
Visitors in the European area of the World Expo. In the background, the Finnish national pavillion


Promotion video for the World Expo 2010

What do these two events of global proportions – the Olympic Games and the World Expo – say about China? First, they are not afraid of investing. Second, they are willing to embrace the world – and, consequently, the western consumption standard, from McDonald’s to BMWs. Moreover, it already happened. The Communist China, as the older generations used to imagine, doesn’t exist anymore. This is pretty clear to see, for example, when entering a shopping mall in big cities like Beijing and Shanghai. There, it’s difficult to tell if you are in China or United States, both for the signs written in English as the crowded Burger King in the corner.

The realization of these events, especially the World Expo, also shows that the world’s eyes are looking at China, and very carefully. This is not a new phenomenon, of course. Eyes turned to China stimulated many centuries of commerce during the time of the Silk Road. Later, it was the desire to reach India and China that stimulate the European navigators to launch themselves into the sea. Once again, after the death of Mao (during the 70s), and the economic opening promoted by Deng Xiaoping during the following years, China is reborn as a land of opportunities.

Opportunities that Shanghai represents very well for being a hybrid city that mixes the old and the new, and also the East and the West. That’s why Shanghai intends to be the next global capital of the 21st century. The realization of the World Expo on the river banks of the Huangpu is one of the cogs turning in that direction.

Old and new in Shanghai
Shanghai: a hybrid city that mixes the old and the new

上海
The city that intends to be the global capital of the 21st century

Today, there’s a lot of foreigners living in China, even though the majority is obviously formed by Chinese. It’s easy to be the majority when you are a nation with almost one and a half billion citizens. However, despite the fact that western visitors – and residents – are not something new, the Chinese people are still curious about the foreigners. If you are going there, and, just like me, you have your origin declared by a Western appearance, be prepared for a lot of staring in the subway, often followed by indiscreet comments. Even though the Chinese population is divided in 56 ethnic minorities, its majority (more than 90%) belongs to only one ethnic group, which is called han. Namely, the Chinese people are less used to diversity than the Brazilian, for example. In this sense, China still has a long way to go before embracing the world, as it has been trying. (G.P.)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sobre a World Expo e a China de hoje

Em 2008, a China investiu cerca de US$40 bilhões nas Olimpíadas de Beijing. Resultado: um espetáculo monumental que serviu como vitrine da nova China para o mundo ocidental; a China literalmente mostrou-se para o mundo. Dois anos depois, é o mundo que se mostra à China. A edição de 2010 da World Expo (ou Exposição Mundial, evento global realizado pela primeira vez em 1851 em Londres sob o título World’s Fair) está sendo realizada em Shanghai e segue até 31 de outubro. Desta vez, o investimento é de US$45 bilhões.

Walk around the Bird's Nest
Jovens chinesas caminham diante do Estádio Nacional em Beijing


Canção comemorativa produzida para a contagem regressiva de 100 dias antes das Olimpíadas em Beijing (2008)

World Expo 2010
Visitantes ao redor do pavilhão nacional da China, na World Expo 2010

World Expo 2010
Visitantes na área da Europa, na World Expo. Ao fundo, o pavilhão nacional da Finlândia


Vídeo de divulgação da World Expo 2010

O que esses dois eventos de proporções mundiais – as Olimpíadas e a World Expo – dizem sobre a China? Primeiro, que eles não têm medo de investir. Segundo, que eles estão dispostos a abraçar o mundo – e, consequentemente, o padrão de consumo ocidental, de McDonald’s a BMWs. Aliás, isso já aconteceu. A China comunista, da forma como ela existe no imaginário das gerações mais antigas, não existe mais. Isso fica visível, por exemplo, ao entrar num shopping center em metrópoles como Beijing ou Shanghai. Lá, é difícil saber se você está na China ou nos Estados Unidos, tanto pelos letreiros em inglês como pelo Burger King apinhado de gente numa das esquinas.

A realização desses eventos, principalmente no que diz respeito à World Expo em Shanghai, mostra ainda que os olhos do mundo estão voltados para a China, e muito atentamente. Isso não é um fenômeno inédito, é claro. Olhos voltados para a China já estimularam muitos e muitos séculos de comércio durante o tempo da Rota da Seda. Posteriormente, foi a vontade de chegar à Índia e à China que estimulou os navegadores europeus a lançar-se ao mar. Mais uma vez, após o falecimento de Mao (na década de 70) e a abertura econômica promovida por Deng Xiaoping nos anos seguintes, a China renasce como uma terra de oportunidades.

Oportunidades essas que Shanghai representa muito bem por ser uma cidade híbrida que mistura o novo e o antigo, assim como o ocidente e o oriente. Não é por menos que a cidade pretende ser a próxima capital global no século XXI. A realização da World Expo às margens do rio Huangpu é uma das engrenagens que giram nessa direção.

Old and new in Shanghai
Shanghai: uma cidade híbrida que une o novo e o antigo

上海
A cidade que pretender ser a capital global do século XXI

Hoje, há muitos estrangeiros vivendo na China, ainda que a maioria abrasadora seja, obviamente, formada por chineses. É fácil ser maioria quando se é uma nação com quase 1 bilhão e meio de cidadãos. Todavia, apesar de visitantes – e residentes – ocidentais não serem uma novidade, o povo chinês ainda é curioso com relação ao estrangeiro. Se você está indo para lá e tem sua origem declarada pela aparência ocidental, como eu, prepare-se para olhares demorados no metrô, muitas vezes seguidos por comentários indiscretos. Ainda que esteja dividida em 56 minorias étnicas, a maioria (mais de 90%) da população chinesa pertence a uma única etnia, chamada han. Ou seja, o povo chinês está muito menos acostumado à diversidade do que o brasileiro, por exemplo. Nesse sentido, quanto à diversidade, ainda há um longo caminho a percorrer até que a China consiga realmente abraçar o mundo, como vem tentando. (G.P.)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sobre o retorno

No momento, estou sobrevoando a Rússia. E a China, finalmente, ficou para trás. Cruzando fusos-horários a cerca de 825 km por hora e a uma altitude de quase 11 mil metros, estou ouvindo Beautiful Day, do U2.



Gosto dessa música há muito tempo, e acabo de fazer o que dizem seus versos: “See the world in green and blue, see China right in front of you” – e agora estou voltando para casa.


O mundo é grande, é verdade, mas nem tanto... As pessoas vivem suas vidas, seja no Ocidente ou no Oriente. Todas têm seus sonhos, todas lutam por eles da forma como desejam ou conseguem, e são as escolhas que elas fazem que determinam onde os caminhos vão se cruzar. E quando as pessoas se encontram, parte delas sobrevive para sempre naqueles que com elas compartilharam tempo e memórias.

Parte de mim ficou na China, e parte da China ficou em mim.


- Escrito sobre um ponto x do caminho de volta (G.P.)